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Ensinando o catecismo

Ensinando o catecismo

Se amanhã o mundo não desejar permanecer para sempre enterrado na sombra da morte, ele terá que se ocupar em reparar as suas perdas, reconstruir as ruínas. Nesse momento vós deveis colaborar, Juventude Católica!

E que maravilhosos empreendimentos aguardam a vossa colaboração! Para reconstruir a sociedade sobre uma base cristã; para pôr em estima e honra o Evangelho e sua moral; para renovar a vida da família, restaurando ao matrimônio a sua coroa – sua dignidade sacramental, e ao marido e à mulher o sentido de suas obrigações e a consciência de sua responsabilidade; para estabelecer em toda a sociedade a noção genuína da autoridade, da obediência, do respeito pela lei, dos direitos e deveres recíprocos do homem. Esse é o seu amanhã.

Uma de vossas grandes tarefas será a de ensinar a doutrina de Cristo. O mundo é dominado hoje em grande parte pelo “laicismo”: a tentativa de o homem agir sem Deus. É uma iniciativa vã e ímpia, que assume diferentes aspectos e títulos de acordo com a variedade de tempo e lugar: indiferença, descuido, desprezo, revolta, ódio. Este último, o mais perverso de todos, felizmente, não é frequentemente encontrado em famílias nutridas pelo cristianismo há séculos, mas muitas vezes o desenvolvimento, o progresso, a difusão da ciência e das máquinas e os progressos no bem-estar material causaram em muitas pessoas uma crescente indiferença para com Deus e para com as coisas divinas.

Os homens acreditam que dependem menos diretamente de Deus, agora que ganharam para si um padrão mais elevado de bem-estar material aqui embaixo. Eles ingratamente esquecem que tudo o que temos é um dom de Deus: quer se trate das forças da natureza que eles aproveitam, quer das suas próprias faculdades intelectuais e físicas – precisamente os instrumentos de seu sucesso e de suas vitórias.

Como era antigamente

Em outras épocas – não em si totalmente imune de falhas e erros – uma fé religiosa penetrava e invadia o conjunto da sociedade, especialmente a vida familiar, sendo as paredes adornadas com o crucifixo e imagens piedosas. A literatura e a arte da casa eram baseadas na Bíblia. As cidades, vilas, montanhas, nascentes levavam os nomes dos santos, ao longo das vias na zona rural e em cruzamentos, o viajante contemplava a imagem de Cristo crucificado e de Sua Mãe Santíssima.

Parecia que tudo, o próprio ar, falava de Nosso Senhor, porque os homens viviam em contato estreito com Deus, viviam conscientes de sua presença universal e de seu poder soberano. O sino da igreja os acordava, convidava-os para o sacrifício divino; a oração do Angelus três vezes ao dia, para as funções sagradas; governava a rotina diária de trabalho, assim como o sacerdote assegurava que o trabalho fosse bem feito.

Cada família possuía um catecismo, uma história da Bíblia, muitas vezes, também, a vida dos santos para cada dia do ano. Mas quantas casas existem hoje, mais ou menos desordenadas com várias publicações, com romances e contos, mas com falta daqueles livros! Quantos pais não estão, justamente, ansiosos para garantir que seus filhos aprendam bem as regras de higiene, mas dificilmente prestam todos estes cuidados à sua educação religiosa!

Ensinando o catecismo

Nossos venerados predecessores muitas vezes lamentaram publicamente o desconhecimento da doutrina cristã e os graves prejuízos para as almas que resultam disso. Devido a esse fato, a Ação Católica, nunca surda às palavras dos pontífices romanos, considera como uma das suas funções essenciais, bem como a formação religiosa e moral de seus membros, também a sua preparação para o ensino do catecismo: pois o catecismo é o fundamento do conhecimento cristão e da vida cristã.

Aquelas jovens moças que hoje ardentemente desejam fundar uma família cristã (e não há muitos entre vós que têm precisamente esse desejo?) devem se preparar e treinar para ser, se não as doutoras da religião, pelo menos as professoras. Mais do que uma de vós, no futuro, pode perceber que a mulher deve lembrar o seu marido, com infinito tato, sabedoria e paciência, das verdades da fé e dos preceitos do Evangelho.

Certamente terá que fazê-lo para seus filhos, em qualquer caso, mas não estará cheia de apreensão ou medo desse dever, se adquiriu experiência e prática em tempo útil, no âmbito da Ação Católica.

Ensinar e instruir uma alma é ao mesmo tempo “dar e receber”, o que corresponde perfeitamente com uma das ambições mais belas do seu sexo e da sua idade. A moça, a mulher que se torna professora de verdade e da bondade dá aos outros algo do tesouro da sua alma e de seu coração, através do seu trabalho falado. Ela dá a si mesma para formar uma vida espiritual, da mesma forma como uma mãe dá a si mesma para a constituição física de seu filho, às vezes heroicamente, sacrificando até mesmo sua própria vida.

Alocução do Papa Pio XII às moças da Ação Católica, 6 de outubro de 1940. “The Woman in the Modern World”, St. Paul Editions, 1958.

Categorias: Catecismo da Igreja Católica, Educação dos filhos, Regras da vida cristã

Tags: catecismo, educação, família

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Publicado em: 20 de outubro de 2017.

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