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Cruzada pela pureza

Cruzada pela pureza

A Cruzada pela pureza é uma cruzada contra os que minam a moral cristã, contra os perigos que estão criando no fluxo tranquilo da boa moral no mundo, poderosas ondas de imoralidade que estão inundando todo o mundo e, envolvendo todas as classes sociais.

Os incentivos à impureza, multiplicando-se continuamente envenenam as bases da vida. E ao mesmo tempo, a atitude indulgente, ou melhor, a atitude amorfa de uma parte cada vez maior da opinião pública, a tornam cega diante dos mais graves distúrbios morais e permitindo assim que se relaxem ainda mais as rédeas que mantêm o mal sob controle.

A vida do homem na terra, mesmo na época cristã, permanece sempre uma guerra. Temos que salvar nossas almas e as almas dos nossos irmãos. Hoje o perigo é certamente maior, porque os meios de excitar as paixões, anteriormente muito restritos, multiplicaram-se enormemente.

O progresso na impressão, publicações baratas e luxuosas, fotografias, ilustrações, reproduções artísticas de todas as formas, cores e preços; filmes, espetáculos de variedades e centenas de outros meios apresentam secreta e discretamente as atrações do mal, e as tornam dispensáveis a todos – velhos e jovens, mulheres e moças.

Não é verdade que está aí para todo o mundo ver uma moda que é tão exagerada a ponto de dificilmente ser adequada a uma moça cristã? E o cinema não apresenta agora as produções que anteriormente eram apresentadas apenas em locais onde mal se ousava pôr os pés?

A Igreja deve trabalhar pelas almas, e da mesma forma a Ação Católica, a sua ação, a serviço da Igreja, em união íntima e sob a direção da Hierarquia, lutando contra os perigos da imoralidade, lutando em qualquer campo que esteja aberto para vós: no campo da moda e do vestuário, da saúde e do esporte, no domínio das relações sociais e de entretenimentos.

Vossas armas serão a vossa palavra, o vosso exemplo, a vossa cortesia e vosso comportamento; armas que põem ante os outros um padrão de ações, que são uma honra para vós e vossa atividade, e tornam este mesmo padrão possível e louvável para eles.

Não temos a intenção de pintar o triste retrato, apenas muito familiar, dos exageros que vós percebeis sobre vós: vestidos que dificilmente são suficientes para cobrir a pessoa, ou outros que parecem concebidos para enfatizar aquilo que deveria esconder; esportes que são realizados com tais vestuários, tanto exibicionismo e em tais companhias que são inconciliáveis até mesmo com o padrão menos exigente da modéstia; danças, filmes, peças teatrais, publicações, ilustrações, decorações a partir do qual o desejo louco de diversão e prazer produz graves perigos. Ao contrário, nós temos o desejo de trazer à mente mais uma vez os princípios cristãos que iluminem vossas decisões nesses assuntos, vossos passos e guia de conduta, e inspirem e sustentem vossa guerra do espírito.

É realmente uma guerra. A pureza das almas que vivem em estado de graça sobrenatural não preservada, nem será preservada, sem luta.

Nos campos de batalha da Igreja, onde a virtude se opõe ao vício, vós encontrareis sempre os personagens heróicos, novos intrépidos, moldados por Deus. Esses, sustentados pela graça, não se abalam nem caem, não importa quão fortes sejam os golpes. Eles podem abertamente conservar-se incorruptos e puros no meio da impureza que os cerca; eles são, por assim dizer, o fermento no grão bom, e um renascimento para o maior número de almas. Esses, também, redimidos pelo sangue de Cristo, que constituem as massas.

O objetivo, então, do vosso combate deve ser o de tornar menos árdua para os homens de boa vontade a conquista do grau de pureza cristã, a condição de salvação: para garantir que as tentações que surgem do ambiente não excedam os limites da resistência que, com a graça divina, a vitalidade medíocre de muitas almas possa se opor a elas.

O movimento da moda em si não é algo mau. Ele flui espontaneamente da natureza social do homem, de acordo com um impulso que o inclina a manter-se em harmonia com seus semelhantes, e com seu modo de agir das pessoas entre as quais ele vive. Deus não lhe pede para viver fora do seu tempo, tão descuidado das exigências de forma a tornar-se ridículo, vestindo-se de maneira oposta ao gosto comum e práticas de seus contemporâneos, sem considerar o que agrada a todos eles.

Por isso mesmo o angélico Santo Tomás afirma que, nas coisas externas que o homem usa, não há mal. Mas o mal vem do homem, que faz uso dessas coisas sem moderação, ou de modo contrário ao uso comum no seu ambiente, tornando-se estranhamente em discórdia para com os outros. Ou então, usando as coisas de acordo com o uso comum, mas na verdade com afeição exagerada, através do uso de muitas roupas pelo orgulho de estar na moda ou pelo prazer, ou analisadas com um cuidado exagerado, quando apenas humildade e simplicidade teriam sido suficientes para garantir o decoro necessário.

Aquilo que Deus pede é recordar sempre que a moda não é, nem pode ser a regra suprema da conduta; que acima da moda e de suas exigências existem leis mais altas e imperiosas, princípios superiores e imutáveis, que em nenhum caso podem ser sacrificados ao talante do prazer ou do capricho, e diante dos quais o ídolo da moda deve saber inclinar a sua fugaz onipotência.

Algumas jovens dirão talvez que uma determinada forma de vestuário é mais cômoda e também mais higiênica; mas, se contitui para a saúde da alma um perigo grave e próximo, não é certamente higiênica para o espírito: tem-se o dever de renunciar. A salvação da alma fez heroínas mártires como Inês e Cecília, em meio aos tormentos e lacerações de seus corpos virginais: e não ireis vós, suas irmãs na fé, no amor de Cristo, na estima pela virtude, encontrar no fundo de vossos corações a coragem e força para sacrificar um pouco do bem estar – uma vantagem física, se vós preferis – para conservar segura e pura a vida de vossas almas?

E se, por um simples prazer próprio, não se tem o direito de colocar em perigo a saúde física dos outros, não é talvez ainda menos lícito comprometer a saúde, até a própria vida de suas almas? E, se como dizem algumas mulheres, uma moda ousada não deixa nelas impressão alguma, o que sabem elas da impressão que deixarão nos outros?

Retirado da alocução do Papa Pio XII às moças da Ação Católica, 22 de maio de 1941. “The Woman in the Modern World”, St. Paul Editions, 1958.

Categorias: Começando a ser modesta, Moda e modéstia, O que a Igreja diz sobre modéstia, Papa Pio XII

Tags: ação católica, cruzada, modéstia, pureza

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Publicado em: 17 de outubro de 2017.

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