Santa Zita

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Santos de julho

Santo do dia 27 de abril
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Santa Zita

Santa Zita

(† 1272)

Natural de Montesegradi (Itália), filha de pais pobres, mas honestos e piedosos, nasceu Zita em 1212 e, graças à sólida educação que recebeu na casa paterna, bem cedo seguiu o caminho da virtude e da perfeição cristã. Zita era uma menina, por sua mansidão e modéstia de todos querida. Educada no santo temor de Deus, pouco falava tanto mais trabalhando e conservando sua alma em constante recolhimento. Tendo doze anos, se empregou na cara de um nobre, senhor de nome Pagano di Fatineli, que residia perto da igreja de S. Pridigiano, na cidade de Luca. Bem cedo, antes dos outros se levantarem, ia à igreja assistir a santa missa. À hora marcada infalivelmente se achava no seu trabalho. 48 anos serviu Zita àquela família, sempre com a mesma pontualidade e dedicação.

"Quatro são as principais qualidades, que uma empregada deve ter — costumava ela dizer: temor de Deus, obediência, fidelidade e amor ao trabalho". Zita possuía todos estes predicados no mais alto grau.

O que nela mais se admirava, era a paciência e o bom humor, que a acompanhavam em toda a parte, a submissão com que obedecia aos seus patrões, mesmo se fosse em condições as mais difíceis. O tempo que lhe restava dos seus afazeres, empregava-o com orações e boa leitura, não deixando nunca de elevar seu espirito a Deus também no meio do trabalho.

Zita fugia dos divertimentos profanos; tanto maior era seu amor à oração e à penitência. O cilício, o tinha em uso constante, e para dar descanso ao corpo, o leito era substituído por umas duras tábuas. Pessoas que a conheciam de perto, testemunharam terem-na visto frequentes vezes em estado de êxtase.

Sempre que lhe era possível, recebia os santos sacramentos, e com tal fervor, que a todos edificava. Em sua presença ninguém ousava falar mal do próximo, e as vítimas da maledicência tinham em Zita defensora certa. A prática da penitência extendia-a também à alimentação, que fazia consistir em água e pão. A comida que recebia da mesa dos patrões, com o consentimento deles, distribuía entre os pobres. Seu ordenado o repartia com os indigentes.

Fatos admiráveis e extraordinários em grande número provam com quanto agrado Deus olhava as obras de sua serva Zita. Certa vez um mendigo pediu a esta um copo de vinho. Zita, não dispondo de nenhuma gota desta bebida para servir ao pobre, foi com o cântaro à fonte, e cheio deu-o no mendigo. Este não pouco se admirou quando, levando-o à boca, provou um vinho delicioso.

As frutas no celeiro, a farinha na dispensa, multiplicavam-se nas mãos de Zita todas as vezes que com licença dos patrões, tirava um tanto para seus pobres. Certa ocasião, quando todos iam assistir à missa do galo na noite de Natal, fazendo um frio intensíssimo, o patrão de Zita ofereceu-lhe sua pelúcia. Zita aceitou-a, mas para dá-la a um pobre que tiritava de frio. Disse-lhe, porém, que no fim da missa, devia restituir. Terminada a missa o pobre não apareceu e Zita teve de voltar para casa sem a pelúcia, o que lhe importou forte censura do patrão. Pelo meio dia à hora do jantar, veio o pobre, e com muitos agradecimentos entregou a pelúcia retirando-se. O patrão ao ver isto, começou a formar conceito mais elevado de sua santa empregada.

Sua vida retraída, sua piedade e operosidade foram muitas vezes causa de críticas, censuras e pilherias das suas companheiras. Não faltou quem a maltratasse e com falsas acusações conseguisse que também os patrões às vezes a tratassem com severidade e dureza. Zita aceitou tudo isto com a maior resignação, sem modificar seu modo afável de tratar a todos. Dest'arte conseguiu desarmar seus desafetos e reduzir ao silêncio as línguas maldizentes.

O desprezo e a malquerença deram lugar à profunda admiração e no fim de certo tempo não havia quem não a venerasse como grande Santa. Pela sua paciência, sua fidelidade e piedade, tornou-se apóstola para muita gente, que sem sua influência teria ido ao caminho da perdição.

Jamais alguém a viu encolerizada. Só se em sua presença alguém se atrevia dizer uma palavra que ofendesse a virtude angélica, Zita não continha sua indignação. A um jovem que menos respeitosamente se atrevera a aproximar-se de sua pessoa, aplicou-lhe uma forte bofetada, curando-o de vez dos seus malignos intentos.

Quando Zita chegou a completar sessenta anos, quiseram seus amos aliviá-la em seu trabalho, a que a santa empregada se opôs.

Deus, porém, mandou-lhe sinais indubitáveis de sua próxima morte. Zita preparou-se então santamente para a última recepção dos santos Sacramentos. No dia 27 de abril sua alma voou para o céu.

Referência: Na luz Perpétua, 5ª. ed., Pe. João Batista Lehmann, Editora Lar Católico – Juiz de Fora – Minas Gerais, 1959.

Comemoração: 27 de abril.

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