Santo Antonino

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Santos de julho

Santo do dia 10 de maio
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Santo Antonino

Santo Antonino, Arcebispo O. P.

(† 1459)

Santo Antonino, célebre Arcebispo de Florença, nasceu em 1389. Dos pais piedosos recebeu uma educação primorosa. No santo batismo lhe deram o nome de Antônio, que mais tarde foi mudado para Antonino, devido à sua estatura pequena. Antonino era um menino muito piedoso, tanto que os companheiros o apelidaram de "Santo". O lugar predileto para ele era a igreja, diante da imagem de Cristo Crucificado, onde passava horas em fervorosa oração. Sentindo-se com vocação sacerdotal, pediu ao Provincial dos Dominicanos o aceitasse na Ordem. Este, porém, achou que não o devia aceitar, por causa da pequenez anormal e da fraca constituição do suplicante. Contudo, para não o entristecer com uma resposta negativa, fez depender a admissão de uma condição aparentemente impossível de ser cumprida. Disse a Antonino, que era estudante de direito, que podia renovar o pedido, depois de ter decorado todas as constituições do código. Passado era um ano, quando Antonino de novo se apresentou e qual não foi a admiração e o pasmo do Superior, ao verificar que o candidato era senhor da matéria. Vendo nisto uma prova patente, não só da vocação do jovem, mas também de sua inteligência extraordinária, não mais lhe negou a admissão e disto não teve de arrepender-se.

Antonino tornou-se um modelo de religioso. De uma pontualidade matemática no cumprimento dos deveres, dentro da comunidade, dava a todos o exemplo de uma mortificação não comum. O uso da carne só se permitia quando se achava doente. O assoalho era-lhe o leito, e só pelo fim da vida consentiu que lhe dessem um colchão. O cilício era-lhe inseparável companheiro. Este rigor contra o corpo não foi em nada modificado, depois de Antonino ter recebido a dignidade de Arcebispo.

Vários cargos da Ordem foram-lhe confiados. Assim foi sucessivamente Prior ou Provincial, cargos estes de que se desempenhou com muita competência, caridade e humildade.

Só a obediência à Santa Sé pôde levá-lo a aceitar a dignidade de Arcebispo de Florença. Para esquivar-se deste encargo, tinha resolvido fugir e foi necessário a ameaça com a excomunhão, para fazê-lo aceitar. No dia da sagração dirigiu a Deus esta súplica: "Senhor, Vós sabeis com que pesar aceito esta cruz; devendo, porém, obedecer ao vosso representante, peço-Vos não me abandoneis, de tal maneira que a minha vida seja sempre de acordo com a vossa vontade, cumprindo em tudo o que de mim exigirdes".

O palácio arquiepiscopal parecia mais um convento, do que a habitação de um príncipe da Igreja. Remunerando bem os empregados, vivia ele na pobreza de filho de S. Domingos. Um cuidado especial dispensava aos pobres e necessitados, aos quais dava grandes esmolas.

Como Arcebispo, era cumpridor exatíssimo dos seus deveres. Era trabalhador, como bem poucos, e de uma resistência e atividade admiráveis. Nas visitas pastorais usava de franqueza evangélica, verberando abusos, onde os encontrava. Assim aboliu o jogo na diocese. Não tolerava o desrespeito na casa de Deus, e com máxima energia condenava os abusos e escândalos das modas femininas. Para todos estava aberto o palácio, e para todos que o procuravam, nas necessidades materiais e espirituais, era pai e amigo consolador.

As pessoas que lhe aconselhavam descanso, dizia: "O Bispo não deve tratar do seu conforto, mas do bem-estar das ovelhas".

Antonino tinha 70 anos, quando sua natureza sucumbiu ao excesso do trabalho. Sentindo a morte aproximar-se, deu tudo quanto ainda possuía, aos pobres. Depois de ter recebido os santos Sacramentos, exclamou em alta voz: "Servir a Deus, é reinar". Enquanto os cônegos rezavam o santo oficio, o Arcebispo, depois de ter beijado ternamente o crucifixo, morreu na festa da Ascensão de Nosso Senhor, em 1459.

O Papa Pio II, que naquela ocasião se achava em Florença, assistiu às exéquias. Adriano IV canonizou-o em 1523.

Reflexões

Santo Antonino não tolerava falta de respeito na igreja e indecência nos trajes femininos. Tanto uma como outra cousa ofendem a Deus, e são provas de falta de temor, que é devido à sua santa majestade. A igreja vai-se para rezar, sempre nas condições em que um pobre mendigo põe os pés no palácio do rico. A igreja vai-se para pedir graças e misericórdias. Trajes desonestos na igreja são um insulto, uma provocação, um escândalo. A uma mulher provocadoramente vestida, disse uma vez S. Crisóstomo: "Para que vais à igreja? Talvez para dançar, exibir-te aos olhares dos homens ou vais para pedir perdão a Deus e aplacar as iras do justo juiz?" Respeitemos sempre a santidade da casa de Deus, se não quisermos que a vingança divina pese sobre nós.

Santos, cuja memória é celebrada hoje

Em Roma, na Via Latina, o martírio de Gordiano e Epimacho no governo de Juliano, o Apóstata.

No deserto siro-arábico, a memória do piedoso Job, protótipo da paciência religiosa e da confiança em Deus. A história deste patriarca se lê no livro Job, do Antigo Testamento. Job viveu cerca de 1.500 anos antes de Cristo. É invocado nas moléstias da pele, como nas tribulações e grandes tristezas.

Em Roma, a morte do sacerdote-mártir Calepódio. O imperador mandou decapitá-lo e deu ordem para que seu cadáver fosse arrastado pelas ruas da cidade e atirado ao Tibre.

O Papa Calisto, porém, retirou-o das mãos dos inimigos e deu-lhe o enterro cristão. Na mesma ocasião foram mortos o cônsul, sua esposa, seus filhos e todos os seus domésticos. A mesma sorte tiveram o senador Simplício, sua esposa e 68 pessoas de sua casa, como também Felix e sua esposa Blanda. As cabeças dos mártires foram expostas nas portas da cidade para intimidar os cristãos sobreviventes. 222.

Referência: Na luz Perpétua, 5ª. ed., Pe. João Batista Lehmann, Editora Lar Católico – Juiz de Fora – Minas Gerais, 1959.

Comemoração: 10 de maio.

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