Santo Adalberto

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Santos de julho

Santo do dia 26 de abril
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Santo Adalberto

Santo Adalberto, Bispo e Mártir O.S.R

(† 997)

Adalberto, da família dos príncipes de Slavnik, nasceu em 956, na Boêmia (Checoslováquia). Os planos ambiciosos que os pais tinham para o futuro do filho, foram atravessados pela Divina Providência. O menino adoeceu gravemente, o que levou a mãe a fazer o voto de entregar o filhinho ao serviço de Deus, se este se restabelecesse. Adalberto de fato recuperou a saúde, e os pais, fiéis ao que prometeram, proporcionaram-lhe os meios para que fizesse os estudos necessários ao sacerdócio.

Adalberto recebeu o sacramento da Ordem em 983. Infelizmente a vida não se lhe achava de acordo com a santidade do estado. O amor à liberdade arrastou-o ao caminho dos prazeres do mundo, fazendo-o esquecer-se totalmente da prática da virtude e da piedade. Uma proteção especial de Deus preservou-o de quedas mais desastrosas.

A morte inesperada do Bispo e as circunstâncias que a acompanharam, abriram-lhe os olhos e mostraram-lhe o caminho da salvação. Tetarado ou Diethmar I de Praga, Bispo de grandes virtudes, vendo-se nas ânsias da morte, fora acometido de um temor tal dos juízos de Deus, que lhe fizera exclamar: "Ai de mim, infeliz vítima da morte, que me transporta às portas do inferno, onde o verme não morre e o fogo não se extingue". Dizendo estas palavras, expirou. Adalberto, tendo sido testemunha desta agonia, impressionou-se sobremodo, e tomou a resolução de abandonar imediatamente a vida tíbia que levava, e trabalhar decididamente na sua santificação.

Em cumprimento deste propósito, fez uma confissão geral e entregou-se seriamente aos exercícios de piedade e às práticas da virtude e da penitência.

Tão séria e radical foi essa conversão, que o clero, incumbido da eleição de um sucessor do falecido Bispo, propôs Adalberto para tão elevado cargo. Adalberto foi eleito Bispo de Praga e desde aquele dia, nunca mais pessoa alguma o viu rir. Perguntado uma vez pelo motivo desta seriedade, disse: "Coisa fácil é levar a mitra e o báculo; mas terrível e pavorosa lembrança é aquela, de, como Bispo, dever prestar conta ao juiz dos vivos e dos mortos".

Uma vez Bispo, procurou imitar o exemplo dos Bispos santos da Igreja. Dividiu o tempo de tal maneira, que todo ele pertence ou às práticas de piedade, ao culto divino e ao estudo, ou às obrigações do cargo. Embora dispusesse de grande emolumento, só o necessário empregava em seu próprio favor, sendo a maior parte aplicada às necessidades de sacerdotes indigentes, ao resgate de pobres prisioneiros, e aos pobres da diocese. Estes eram seus filhos prediletos, e por eles era havido e venerado como pai.

Em certa ocasião uma pobre mulher lhe pediu uma esmola, quando se achava em caminho para casa. "Vem amanhã, filha, à minha casa, pois nada tenho comigo que te possa dar". Mal tinha proferido estas palavras, quando arrependido da resposta negativa, chamou a mulher e deu-lhe o manto, dizendo: "Tomai isto, porque não sei se amanhã estarei vivo". Os seus diocesanos recompensaram mal o zelo e a dedicação do Pastor. Em vez de aceitar os sábios e santos conselhos, entregaram-se cada vez mais aos vícios e, com isto satisfeitos, cobriram de vitupérios e ultrajes o santo Bispo. Adalberto, considerando inútil envidar novos esforços para regenerar aquele povo, resolveu abandonar a diocese. Fez uma viagem a Roma, com o propósito de visitar também os Santos Lugares da Palestina. A conselho dos religiosos de Monte Cassino, desistiu deste plano e ficou em Roma, onde durante o espaço de dois anos, vivendo sob a regra de S. Bento, no convento de Santo Aleixo, se dedicou exclusivamente aos exercícios da vida religiosa.

Entretanto os diocesanos, tendo caído em si, com palavras de arrependimento e promessas para o futuro, pediram ao Bispo, retomasse o governo da diocese, ao que Adalberto com grande prazer acedeu. A entrada em Praga foi soleníssima, e tudo prometia melhor êxito.

Quando, porém, o Bispo recomeçou a atividade apostólica, reverberando os abusos e vícios, que por toda parte predominavam: quando tratou seriamente de conduzir o rebanho ao caminho do dever e da virtude, encontrou novamente resistência. Adalberto sacudiu então o pó das sandálias e voltou para Roma, desta vez com a firme resolução de não mais voltar e terminar os dias entre as paredes do convento.

O Imperador Otão III, à frente de um grande exército, achava-se em caminho para Roma, para ser solenemente coroado. Em Ravena o alcançou a notícia da morte do Papa João XV, e o pedido dos Romanos, de dar à Igreja um digno chefe. Otão propôs para esta dignidade seu capelão, o qual foi recebido em Roma com grande entusiasmo e, reconhecido Papa, tomou o nome de Gregório V. Otão depois deu entrada na capital da Cristandade e realizou-se a cerimônia da coroação.

Nesta ocasião o Arcebispo de Mogúncia insistiu com o Papa, para que Adalberto retomasse o governo da sua diocese, não sendo justificável que o rebanho ficasse sem Pastor. Esta reclamação, apoiada pelo imperador, foi por Gregorio prontamente atendida e Adalberto recebeu ordem de voltar para Praga, com a concessão, porém, de poder dirigir-se a qualquer outra parte caso não fosse bem recebido.

Antes de voltar para Praga, quis Adalberto, por prudência, saber a opinião do seu íntimo amigo Bolesláo, duque da Polônia. Bolesláo aconselhou-o que, antes de ir pessoalmente, mandasse estudar o espírito dos praguenses e deles saber se aceitariam de bom grado o Bispo, prontos a se sujeitar às suas ordens. As informações foram tão desfavoráveis e desanimadoras, que Adalberto desistiu de vez retornar àquela cidade.

A atitude hostil que os Praguenses conservaram contra Adalberto, tinha sua explicação na inimizade profunda, particular e política que existia entre as duas famílias fidalgas dos Wrschowetz e dos Slávnik, esta do Arcebispo, que nesta luta terrível viu quase todos os seus parentes perder a vida.

Os Prussianos eram ainda pagãos e Bolesláo muito desejava que Adalberto se interessasse pela conversão dos mesmos. Acompanhado de alguns sacerdotes, Adalberto atravessou a Polônia e chegou à terra dos Prussianos.

Com muito fervor os missionários se entregaram à obra da catequese. Este trabalho foi coroado de brilhante êxito, principalmente na cidade de Danzig, cujos habitantes, na maioria, se converteram ao cristianismo.

Tanta glória para Cristo não podia deixar indiferente o inferno, que se levantou com toda a fúria. Os sacerdotes das divindades nacionais expulsaram os missionários, atirando-lhes as maiores injúrias. Adalberto, em vista desta guerra atroz, resolveu abandonar temporariamente o campo de ação. Quando se achava já fora da zona de perigo, os perseguidores ainda o alcançaram em Tenkitten, traiçoeiramente o surpreenderam e mataram-no com sete lançadas. Depois lhe cortaram a cabeça e levaram-na em triunfo. Sabendo que Bolesláo tinha muita veneração pelo mártir, vieram-lhe oferecer o corpo do mesmo, exigindo um resgate de tanto ouro e prata, quanto fosse o peso do cadáver.

Bolesláo mandou depositar o corpo do Mártir no convento de Gnesen. Mais tarde foi transladado para a Catedral de Praga. Muitos milagres que Deus operou por intermédio do seu Servo, provaram a santidade do mesmo.

Adalberto morreu aos 25 de abril de 997.

Reflexões

A agonia de um Bispo a que Santo Adalberto assistiu, fez com que este mudasse inteiramente o modo de viver. Quem não deseja ter uma morte tranquila e santa? O próprio Balaam desejou-a, quando disse: "Que minha alma tenha a morte do justo". (Num. 23, 10). De nada lhe valeu este desejo, porque continuou a viver impiamente. Engana-se aquele, que na vida andando com os pecadores, espera ter uma morte santa. A morte é geralmente o eco da vida. A conversão sincera do pecador na hora da morte é um milagre da divina misericórdia. "Não vos enganeis" — escreveu S. Paulo aos Gálatas — de Deus não se zomba. Porque aquilo que o homem semear, isso também colherá. Porquanto quem semeia na carne, da carne também colherá corrupção; mas quem semeia no espírito, do espírito segará vida eterna". (Gal. 6, 7, 8). Que outra coisa quer dizer estas palavras, senão: da maneira que viveu o homem, assim morrerá. Daí é fácil deduzires, que caminho preferes trilhar.

Santos, cuja memória é celebrada hoje

Em Roma, o martírio do Papa S. Cleto, segundo sucessor de S. Pedro. Era de origem patrícia, da família dos pretorianos. Por ordem de S. Pedro ordenou 25 sacerdotes. Seu nome figura nas orações do Cânon da missa. O governo de Domiciano exigiu o sacrifício de sua vida em testemunho da fé, de que era supremo representante. 91.

Em Braga, Portugal, a memória de S Pedro, primeiro bispo daquela cidade e mártir. séc. 6º.

No convento de St. Riquier, na França, a festa de S. Richário, sacerdote e fundador do convento de St. Riquier. Sua intercessão é invocada contra a febre.

Em Troyes, na França, a Santa Virgem Exuperância.

Referência: Na luz Perpétua, 5ª. ed., Pe. João Batista Lehmann, Editora Lar Católico – Juiz de Fora – Minas Gerais, 1959.

Comemoração: 26 de abril.

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