Santa Catarina da Suécia

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Santos de julho

Santo do dia 24 de março
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Santa Catarina da Suécia

Santa Catarina da Suécia

(† 1381)

Os pais de Catarina foram Ulfo e Santa Brígida. Nasceu com ela, por assim dizer, o amor à santa pureza. Tomada ao colo por uma ama, pessoa de má reputação, a criança começou a chorar e por maneira nenhuma quis aceitar o peito da mesma. Com sete anos Catarina foi entregue às freiras de Risberg, que continuaram a obra educativa, tão auspiciosamente principiada em casa. Mais tarde, se bem que não fosse de encontro a seu ideal, mas para contentar a vontade dos pais, casou-se com Edgard, jovem fidalgo e muito religioso, com o propósito, porém, de permanecer virgem. Confiando em Deus e na proteção de Maria Santíssima, entrou no estado do matrimônio e alcançou do marido, não só a promessa de lhe respeitar o voto, mas ele mesmo, por voto igual, se obrigou à virgindade perpétua.

Tendo morrido Ulfo, Santa Brígida fez uma viagem a Roma, para visitar o túmulo dos Santos Apóstolos. Pouco tempo depois Catarina, desejando imitar o exemplo da mãe, pediu e obteve o consentimento do marido para fazer a mesma romaria. Chegando à Capital da cristandade, não encontrou mais a mãe que já tinha partido para Bologna, Catarina dirigiu-se para lá e ambas voltaram para Roma. Foi nessa ocasião que receberam a notícia da morte de Edgard e então a filha se ligou à mãe, a fim de levarem uma vida santa, só para Deus. Logo que se espalhou a notícia da viuvez de Catarina, não lhe faltaram pretendentes à mão; ela, porém, não lhes atendia. Entre os homens que desejavam o enlace com a princesa, achava-se um conde, que levou o atrevimento ao ponto de querer pela força apoderar-se da Santa. Baldados foram-lhe os esforços, porque Deus protegia sua serva de modo visível, e o conde pagou caro a audácia, pois, quando se dispunha a preparar o assalto, Deus lhe tirou a vista, a qual só recuperou prostrando-se aos pés de Brígida e Catarina.

A vida que Catarina levou em Roma, obedecia em tudo, às regras da santidade. Quatro horas dedicava todos os dias às meditações da Sagrada Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo; além desta prática, rezava os sete salmos penitenciais e o Ofício de Nossa Senhora. O resto do tempo aproveitava para visitar os pobres e doentes nos hospitais ou venerar as relíquias dos Santos, nos Santuários de Roma. No exterior, parecia mais mulher do povo que fidalga. O leito que possuía, era um colchão de palha, e o jejum seu alimento. Caluniada e perseguida de diversos modos, conservava sempre a tranquilidade de espírito. O inimigo de todo o bem não a poupou, importunando-a com grandes tentações, das quais a mais perigosa foi de inspirar-lhe desejos de voltar para sua terra e abandonar a mãe. Apesar de ter feito cientes desta tentação a mãe e o confessor, os quais reconheceram nisto uma cilada do demônio, não lhe voltava a paz, Deus se compadeceu de sua serva, e uma noite Catarina teve um sonho, que muito a impressionou. Parecia-lhe estar no meio de grande fogo; as chamas rodeavam-na de todos os lados, respeitando, porém, o lugar onde se achava. Nesta aflição, invocou o auxílio de Maria Santíssima e, elevando os olhos ao céu, viu a Mãe de Deus, que lhe disse: "Que poderei fazer, visto não quereres obedecer a tua mãe e a teu confessor?" Depois deste sonho, Catarina prometeu conformar-se com a vontade da mãe e ficou na companhia da mesma, em Roma; mais tarde, a acompanhou numa viagem a Jerusalém e não mais dela se separou. Santa Brígida morreu em Roma e o corpo, com muitas outras relíquias, foi levado pela filha para a Suécia e depositado na Igreja de um convento.

Numerosos foram os milagres que Deus fez, por intercessão de Santa Brígida. O rei, de acordo com os conselheiros civis e eclesiásticos, resolveu então requerer da Santa Sé a canonização da falecida, e pareceu-lhe que ninguém mais apto poderia ser encontrado, para entregar a petição, que a filha da grande Santa. Catarina de fato foi a Roma, mas não conseguiu o que desejava, devido a circunstâncias desfavoráveis da época, e só mais tarde a canonização da mãe se pôde realizar. Catarina entrou num convento, dedicando-se unicamente às obras de piedade e caridade. O organismo depauperado pela penitência, pelo jejum e pelas viagens fatigantes começava-lhe a reclamar o merecido descanso. Catarina, notando o desfalecimento das forças, preparou-se para a chegada do divino Esposo. Embora não tivesse cometido falta grave em toda a vida, fez uma confissão geral, com sinais de profunda contrição. A Comunhão não lhe foi possível receber, por causa dos vômitos. Privada deste consolo, pediu que lhe trouxessem o SS. Sacramento, para que o adorasse pela última vez e assim fizesse a Comunhão espiritual. Catarina morreu em 1381, com 49 anos de idade sendo-lhe o nome, como o da mãe, inserido pelos Papas no catálogo dos Santos.

Reflexões

Entre católicos fervorosos existe o louvável costume de fazer mensalmente o piedoso exercício da boa morte. Para isto se escolhe um dia, em que se possa tratar detalhadamente dos negócios da alma. Medita-se sobre a morte, examina-se a consciência, como se fosse para, em breve, comparecer perante o eterno Juiz; faz-se uma confissão mais minuciosa, recebe-se, se possível, a sagrada Comunhão. É utilíssima esta prática considerada uma das mais acertadas, para termos uma santa e tranquila morte. A Santa cuja festa hoje comemoramos, era muito dada a esse exercício e grande lucro espiritual dele auferiu. De fato, como deve ser doce e suave morrer, quando se tem a certeza de estarem em ordem os negócios da alma! É possível que a morte nos apanhe de improviso, se não nos acostumarmos a fazer o exercício mensal da boa morte. Se ainda não o fizeste até agora, faze-o doravante e verás o grande bem que te virá desta piedosa prática.

Santos, cuja memória é celebrada hoje

Em Roma a memória do sacerdote S. Pigênio, que por causa da sua firmeza em defender sua religião, foi atirado às águas do Tibre.

Em Triente o menino mártir São Simeão, que morreu vítima do fanatismo religioso de sete judeus supersticiosos. A sinagoga, onde foi praticado o crime, foi derrubada e em seu lugar construída uma capela.

Em Marrocos o martírio de Rómulo e Secundo.

Referência: Na luz Perpétua, 5ª. ed., Pe. João Batista Lehmann, Editora Lar Católico – Juiz de Fora – Minas Gerais, 1959.

Comemoração: 24 de março.

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