Sta. Maria Madalena de Pazzi

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Santos de julho

Santo do dia 29 de maio
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Sta. Maria Madalena de Pazzi

Sta. Maria Madalena de Pazzi, Carmelita

(† 1607)

Santa Maria Madalena de Pazzi, filha de pais ilustres, modelo perfeito de virtude e santidade, nasceu em Florença no ano de 1566. No batismo foi chamada Catarina, nome que no dia da entrada para o convento foi mudado para Maria Madalena. É uma das eleitas do Senhor, que desde a mais tenra infância dera indícios indubitáveis de futura santidade. Menina ainda, achava maior prazer nas visitas à Igreja ou na leitura da vida dos Santos. Apenas tinha sete anos de idade e já começava a fazer obras de mortificação. Abstinha-se de frutas, tomava só duas refeições por dia, fugia dos divertimentos, para ter mais tempo para ler os santos livros, principalmente os que tratavam da sagrada Paixão e Morte de Jesus Cristo. Assim se explica o grande amor a Jesus Cristo, que tantas coisas maravilhosas lhe operou na vida. Não tendo ainda a idade exigida, não lhe era permitido receber a sagrada Comunhão. O desejo, entretanto, de receber a Jesus na sagrada Hóstia era-lhe tão grande, que os olhos se lhe enchiam de lágrimas, quando via outras pessoas aproximarem-se da santa mesa. Com dez anos fez a primeira Comunhão. Foi com indescritível alegria que recebeu, pela primeira vez, o pão dos Anjos. Ela mesma afirmou muitas vezes que o dia da primeira Comunhão tinha sido o mais belo da sua vida.

Logo depois da primeira Comunhão, se consagrou a Deus, pelo voto de castidade perpétua. Quando contava doze anos, nos seus exercícios de mortificações, chegou a usar um hábito grosseiro, a dormir no chão, a pôr uma coroa de espinhos na cabeça e a castigar por muitos modos o seu delicado corpo, manifestando assim o ardente desejo de tornar-se cada vez mais semelhante ao divino Esposo. Quando diversos jovens se dirigiram aos pais de Maria, para obter-lhe a mão, ela pôde declarar-lhes: "Já escolhi um Esposo mais nobre, mais rico, ao qual serei fiel até a morte". Vencidas muitas dificuldades, Maria conseguiu entrada no convento das Carmelitas em Florença. Após a vestição, se prostrou aos pés da mestra do noviciado e pediu-lhe não a poupasse em coisa alguma, e a ajudasse a adquirir a verdadeira humildade. Tendo recebido o nome de Maria Madalena, tomou a resolução de seguir a grande Penitente no amor a Jesus Cristo e na prática de heroicas virtudes. No dia da Santíssima Trindade fez a profissão religiosa com tanto amor, que durante duas horas ficou arrebatada em êxtase. Estes arrebatamentos repetiram-se extraordinariamente, e Deus se dignou de dar à sua serva instruções salutares e o conhecimento de coisas futuras. O fogo do divino amor às vezes ardia com tanta veemência que, para aliviá-la, era preciso que lavasse as mãos e o peito com água fria. Em outras ocasiões tomava o crucifixo nas mãos e exclamava em voz alta: "Ó amor! Ó amor! Não deixarei nunca de vos amar!" Na festa da Invenção da Santa Cruz percorreu os corredores do convento, gritando com toda a força: "Ó amor! Quão pouco se vos conhece! Ah! vinde, vinde, ó almas, e amai a vosso Deus!" Desejava ter voz de uma força tal, que fosse ouvida até os confins do mundo. Só uma coisa queria pregar aos homens: "Amai a Deus!" Maior sofrimento não lhe podia ser causado, do que dando a notícia de Deus ter sido ofendido. Todos os dias oferecia a Deus orações e penitências, pela conversão dos infiéis e pecadores, e às Irmãs, pedia, que fizessem o mesmo. Na ânsia de salvar almas, oferecia-se a Deus para sofrer todas as enfermidades, a morte e ainda os sofrimentos do inferno, se isto fosse realizável, sem precisar odiar e amaldiçoar a Deus. Em certa ocasião disse: "Se Deus, como a S. Tomaz de Aquino, me perguntasse qual prêmio desejo como recompensa, eu responderia: "Nada, a não ser a salvação das almas". Os dias de Carnaval eram para Maria Madalena dias de penitência, de oração e de lágrimas, para aplacar a ira de Deus provocada pelos pecadores.

Para o corpo era de uma dureza implacável; não só o castigava, impondo-lhe o cilício, obrigando-o a vigílias, mas principalmente o sujeitava a um jejum rigorosíssimo; durante vinte e dois anos teve por único alimento pão e água.

Não menos provada foi sua alma. Deus houve por bem mandar-lhe grandes provações. Durante cinco anos, sofreu ininterruptamente os mais rudes ataques de pensamentos contra a fé, sem que por isso se tivesse deixado levar pelo desânimo. Muitas vezes se abraçava com a imagem do crucifixo, implorando a assistência da graça divina. Nos últimos três anos de vida, sofreu diversas enfermidades. Deus permitiu que nas dores ficasse privada ainda de consolações espirituais. Impossibilitada de andar, era forçada a guardar o leito. Via-se então um fato extraordinário: quando era dado o sinal para a Missa ou Comunhão, ela se levantava, ia ao coro e assistia a Missa toda. De volta para a cela, caía de novo na prostração e imobilidade. Quando lhe aconselharam abster-se da Comunhão, declarou ser-lhe impossível, sem o conforto deste Sacramento, suportar as dores. No meio dos sofrimentos, o seu único desejo era: "Sofrer, não morrer". Ao confessor, que lhe falou da probabilidade de um fim próximo dos sofrimentos, ela respondeu: "Não, meu Padre, não desejo ter este consolo, desejo poder sofrer até o fim da minha vida".

Quando os médicos lhe comunicaram a proximidade da morte, Maria Madalena recebeu os sacramentos da Extrema Unção e do Viático com uma fé, que comoveu a todos que estavam presentes. Como se fosse grande pecadora, pediu a todas as Irmãs perdão das suas faltas. O dia 25 de maio de 1607 libertou-lhe a alma do cárcere do corpo. Deus glorificou-a logo, por um grande milagre. O corpo macerado pelas continuas penitências, doenças, jejuns e disciplinas, rejuvenesceu, exalava um perfume delicioso, que enchia toda a casa. Cinquenta e seis anos depois, em 1663, quando se lhe abriu o túmulo, foi-lhe encontrado o corpo sem o menor sinal de decomposição, percebendo-se ainda o celeste perfume. Beatificada em 1626 pelo Papa Urbano VIII, foi inserta no catálogo dos Santos em 1669, pelo Papa Clemente IX.

Reflexões

Maria Madalena sofreu durante cinco anos, as mais terríveis tentações de desespero, contra a fé e a pureza; clamando a Deus por socorro, com a graça venceu todas as dificuldades. Satanás costuma molestar com tais tentações as pessoas que se dedicam ao serviço do Senhor. "Aqueles a quem julga ter já em seu poder, deixa em paz", diz S. Gregório". "Se sois perseguidos por tentações, não desanimais. Pedi a Deus a graça e ele não vos deixará cair. Deus é fiel e não permite que sejais tentados mais do que podem as vossas forças". (I Cor. 10, 13). Oferece-vos a graça, para que possais vencer a tentação. Além disto tendes a vossa vontade, que não pode ser forçada por ninguém. "Eis a fraqueza do inimigo" diz S. Bernardo — "que não poderá vencer senão àquele, que o consentir. O inimigo pode excitar à tentação, mas de nós depende consenti-la ou rejeitá-la".

Santos, cuja memória é celebrada hoje

Na Umbria, a memória de 1525 santos mártires.

Em Cesaréia Filipi, o martírio de Santa Teodósia, mãe de S. Procópio e de doze companheiros de alta nobreza. Foram decapitados de acordo com as leis draconianas de Diocleciano.

Referência: Na luz Perpétua, 5ª. ed., Pe. João Batista Lehmann, Editora Lar Católico – Juiz de Fora – Minas Gerais, 1959.

Comemoração: 29 de maio.

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