São Valérico, Abade
(† 619)
Valérico, santo abade e célebre pelos numerosos milagres, que Deus fez por sua intercessão, nasceu em Auvergne, na França. Era filho de pais piedosos, mas paupérrimos. Antes de aprender a ler e escrever, Valérico trabalhava no campo. Para saciar o desejo imenso de estudar, pediu ao mestre-escola que lhe escrevesse, numa lousa, o alfabeto e lho explicasse. Como tivesse muito tempo, por própria iniciativa começou a ler e escrever, e em poucas semanas, fazia leitura já bem regular. Passou assim Valérico mui santamente a mocidade, quando um dia resolveu procurar um sacerdote, seu parente, que morava num convento, distante poucas léguas. A vida regular tanto lhe agradou, que manifestou desejos de lá ficar. O parente sacerdote opôs-se a esta ideia. Valérico, porém, tanto insistiu, que afinal o abade o aceitou e deu-lhe diversos empregos no mosteiro, entre outros o de ajudar à Missa,
O jovem, satisfeitíssimo com esta nova colocação, cumpria as obrigações com a máxima pontualidade e perfeição, de modo que o abade, com unânime consentimento dos religiosos o recebeu na comunidade.
Como religioso, continuou a dar a todos o exemplo mais perfeito. Depois de alguns anos, foi transferido para um outro convento, que se achava debaixo da direção de S. Columbano. A obediência ordenou a Valérico zelar a horta, incumbência à qual se dedicou com todo amor. Era por todos notado que não apareciam as pragas de lagartas e de outros insetos nocivos, que ano por ano estragavam as plantações, e que ainda visitavam as hortas dos vizinhos. Columbano atribui-o à santidade de Valérico; Valérico, por sua vez, viu neste fato uma recompensa dos grandes merecimentos de Columbano,
Notando que os religiosos começavam a tratá-lo com demasiada deferência, pediu ao abade licença para estabelecer-se em outra parte. Com consentimento de Columbano, dirigiu-se ao rei Clotário, de quem obteve um grande terreno, próprio para nele construir um novo convento. O monarca, além de fazer a doação do terreno, favoreceu-o com outros auxílios, que permitiram a Valérico a construção de uma igreja e várias celas para religiosos. De todas as partes do país afluíram moços e velhos, desejosos de dedicar-se à vida religiosa, sob a direção do santo homem. Embora não fosse do seu agrado, aceitou o cargo de superior. Com seu auxiliar Valdolem, percorreu o país de norte a sul, de oeste a leste, pregando o Evangelho aos idólatras, que ainda existiam em grande número. A pregação e mais ainda, os milagres que fazia em nome de Deus, chamaram os gentios a milhares para receber a cruz de Cristo. Um paralítico recuperou o uso dos membros, tendo-lhe Valérico imposto as mãos. Muitos outros doentes desenganados completamente, foram curados pela oração do missionário. Além disto, Deus lhe descobria o estado das consciências, e lhe desvendava o futuro.
Todas estas graças e privilégios confirmaram-no ainda mais no zelo e nas práticas de penitência e oração. Rigoroso para si, era benévolo e condescendente para com o próximo. Dia não passava, sem que, de um ou outro modo, não tivesse socorrido um necessitado ou imposto a si uma penitência mais ou menos austera.
Com o máximo cuidado guardava a santa pureza, e não tolerava que, em sua presença, se dissesse uma palavra contra esta virtude. Estando uma vez em viagem, precisou abrigar-se na casa de um particular, pois o frio estava intensíssimo. Começou o dono da casa, com um vizinho, a entabular uma conversa obscena. Valérico indignou-se com o que ouvira e disse aos dois homens: "Não sabeis que Deus, um dia, pedirá rigorosas contas das palavras inúteis?" Os homens, assim advertidos, nenhuma importância ligando, continuaram a indigna conversa. Valérico disse-lhes então: "Eu entrei nesta casa para me aquentar um pouco. Prefiro, porém, expor-me novamente ao frio, a ouvir vossa conversa indecorosa. Eu bem vos avisei. O resto vereis", Mal tinha se retirado quando os dois indivíduos começaram a sentir o castigo de Deus: o dono da casa ficou cego repentinamente, o outro foi acometido de fortíssima dor, que o deixou sem vida.
Admirável era a influência que o Santo exercia sobre a natureza. Passando pela floresta, vinham as aves, com encantadora intimidade, pousarem-lhe nas mãos, nos ombros e na cabeça, mostrando um especial prazer, quando Valérico as acariciava e lhes falava.
Valérico morreu em 619, cheio de santidade e de merecimentos. A milhares de pagãos abrira o céu e a muitos religiosos, leigos e sacerdotes consolidara na fé e santidade.
Reflexões
S. Valérico castigava rigorosamente aqueles que mantinham conversas indecentes ou fugia da presença dos mesmos, se não lhe era possível impor-lhes silêncio. Nunca tua língua se preste a conversas desse gênero, e foge das pessoas que ofendem a pureza do coração, com palavras. Tanto peca aquele que diz coisas indecorosas, como aquele que, com prazer as escutas. "A boca do homem que fala palavras impuras, é semelhante a um túmulo aberto, que abriga cadáveres em decomposição; o mau cheiro espalha a doença e morte" (São Teodoreto). Orígenes chamava conversas impuras, sementes do demônio, que produzem toda a sorte de pecados e vícios.
"Não sabeis, meus senhores, perguntava S. Valérico, que Deus um dia pedirá rigorosas contas das palavras inúteis?" Se Deus pede contas de toda palavra que se fala, quanto mais rigoroso será o juízo das conversas indecorosas, que tanto mal produzem na alma dos que as ouvem. A eles deve em todo o rigor ser aplicada a palavra de Jesus Cristo". "Ai de vós, que agora rides, porque haveis de gemer e chorar (Lc. 6. 25).
Santos, cuja memória é celebrada hoje
Em Roma a memória da mártir Santa Teodora, irmã do glorioso mártir Hermes (28-8).
No mesmo dia, do bispo-mártir S. Venâncio.
Em Grenoble na França o santo bispo Hugo, da Ordem de S. Bento. Combateu valorosamente a simonia e outros abusos que se tinham insinuado na sua diocese. 1132.
Referência: Na luz Perpétua, 5ª. ed., Pe. João Batista Lehmann, Editora Lar Católico – Juiz de Fora – Minas Gerais, 1959.
Comemoração: 1 de abril.
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