![São Fidelis de Sigmaringa](https://www.saiamodesta.com.br/img/santo/g/santo-55-20230504134558.jpg)
São Fidelis de Sigmaringa, O. Cap., M.
(† 1622)
S. Fidelis nasceu no ano de 1577 em Sigmaringa, cidade do ducado de Hohenzollern. Filho de João Roy e Genoveva Rosenberg, cedo perdeu os pais. Os belos talentos do menino levaram o tutor a mandá-lo a Friburgo, em Brisgau, onde fez todos os estudos e recebeu o grau de doutor em filosofia e Direito Canônico.
Desde pequeno Fidelis era muito piedoso e inclinado à vida austera, tanto que se abstinha do vinho e usava constantemente o cilício. Os modos afáveis, como a modéstia, ganharam-lhe a simpatia de todos os companheiros. Em 1604, a título de viagem de estudo, ele e mais três fidalgos percorreram diversos países da Europa, sendo Fidelis o verdadeiro anjo da guarda dos companheiros. Dava-lhes o exemplo mais perfeito de piedade. Nos domingos e dias santos recebia a Santa Comunhão. Havendo numa cidade um hospital, não deixava de o visitar em primeiro lugar.
Terminada a viagem, estabeleceu-se, como advogado, na cidade de Colmar. Tinha a firme vontade de cumprir rigorosamente com o seu dever. Justiça e religião formavam-lhe a regra indeclinável do proceder. Interesse particular votava aos desprotegidos, e em breve era conhecido como advogado dos pobres.
Poucos anos durou a atividade como advogado. Injustiças que não lhe era possível delas se esquivar, fizeram com que se enfadasse da profissão e se resolvesse a tomar o hábito de S. Francisco. Incorporou sua biblioteca à do seminário episcopal, e os bens distribuiu os entre os pobres.
Como religioso dobrou de zelo e, embora tarde tivesse abraçado o estado religioso, em breve se tornou para todos os noviços um modelo de humildade, de obediência e nas demais virtudes monásticas.
A vontade dos superiores era a sua, e as tentações galhardamente as vencia, revelando-as humildemente ao seu diretor espiritual. Além das penitências e jejuns regulamentares, fazia outros por iniciativa própria, principalmente nas vigílias das festas eclesiásticas. Sempre recolhido, achava na oração um meio poderoso contra o perigo que há na tibieza. Tendo terminado o curso de teologia, os superiores confiaram-lhe as difíceis missões de pregador e confessor.
Nomeado superior do convento em Feldkirch, conseguiu a conversão de muitos calvinistas à Igreja Católica, Quando no acampamento militar apareceu uma epidemia, S. Fidelis tornou-se o Anjo da caridade dos pobres doentes, que recebiam suas visitas diárias. Como superior, usava de máximo rigor para si, lia muitas vezes a santa regra e pedia a Deus que não permitisse que um dia fosse pedra de escândalo para os súditos. Com caridade e mansidão repreendia as faltas dos outros, sendo, porém, inexorável quanto à disciplina monástica.
Conhecendo o zelo apostólico de Fidélis, a Propaganda da Fé enviou-o como missionário, ao Graubuenden (Suíça), para trabalhar na conversão dos calvinistas. Com oito companheiros dirigiu-se Fidélis ao novo campo de ação. Estes trabalhos foram coroados de êxito. Muitos calvinistas, entre os quais pessoas de alta colocação, voltaram à fé católica, o que provocou o descontentamento e o ódio de outros sectários. Estes conjuraram contra o santo homem, e resolveram matá-lo. Fidelis soube da trama, que contra ele se armava: preparou-se para a morte, não interrompendo, entretanto, os trabalhos apostólicos. Predisse sua morte a muitos amigos e daquele tempo em diante, terminava as cartas com estas palavras: "Frei Fidelis, que em breve será pasto dos vermes".
Aos católicos animou à constância na fé. No caminho de Gurk a Sevis foi alvejado pelo fuzil de um calvinista. Os católicos pediram-lhe que se retirasse, para salvar a vida. Fidelis, porém, nenhuma precaução tomou, dizendo-se pronto para sacrificar a vida pela religião. Voltando para Gurk, caiu na emboscada de soldados calvinistas que, chefiados por um pregador da seita, quiseram-no obrigar a abjurar a religião. Fidelis, porém, cheio de indignação, rejeitou esta vil pretensão e disse: "Não vim para aceitar os vossos erros. A fé católica é a religião de todos e no mais não temo a morte". Em seguida um dos soldados o feriu na cabeça com a espada, prostrando-o por terra, Fidelis levantou-se e orou pelos inimigos. Quando disse as palavras: "Santa Maria, Mãe de Jesus, valei-me", os soldados mataram-no a lançadas e cortaram-lhe o pé esquerdo. Um dos pregadores calvinistas tão impressionado ficou com a morte de Fidelis, que nela viu a prova mais cabal da verdade da Igreja Católica. Renunciou ao erro e se converteu.
O corpo de Fidelis foi sepultado, com todas as honras, na igreja dos capuchinhos em Feldkirch. Glorioso foi-lhe o túmulo e muitos milagres testificaram a santidade do mártir, cujo nome foi por Bento XIV inscrito no catálogo dos Santos.
Reflexões
S. Fidelis reconheceu no seu nome um aviso do céu, para ser fiel até a morte. "Sê fiel até a morte e dar-te-ei a coroa da vida". Fidelis ficou fiel a Deus, na prática do bem, até a morte. Muitas coisas prometemos a Deus no dia de nosso batismo e de nossa primeira comunhão; muito lhe prometemos nas nossas confissões, em dias de provação e de sofrimento. Cumprimos o que prometemos? Fomos fiéis à nossa palavra? — Merece desprezo a pessoa que não tem palavra. Que conceito não deve Deus fazer de nós, vendo-nos faltar à palavra tantas e tantas vezes? Humilhemo-nos diante de Deus; peçamos-lhe perdão e sejamos mais sinceros para o futuro. "Para que o cristão se salve", diz S. Bernardo, é preciso que cumpra o que prometeu".
Santos, cuja memória é celebrada hoje
Em Roma a memória do glorioso mártir S. Sebastião, militar de alta patente. Acusado de ter visitado os cristãos nos cárceres, confessou francamente a religião cristã como a sua. Depois de ser exposto a muitos tormentos, foi morto a espada junto com setenta homens. 270.
Em Lion, sofreram o martírio pela fé, Santo Alexandre e mais trinta e quatro companheiros, na perseguição de Antônio Vero. 178.
Em Elvira, na Espanha, o bispo S. Gregório, forte defensor da Igreja contra os Arianos. 4º séc.
Em Reims, na França, as Santas Virgens Bona e Doda, 7º séc.
Referência: Na luz Perpétua, 5ª. ed., Pe. João Batista Lehmann, Editora Lar Católico – Juiz de Fora – Minas Gerais, 1959.
Comemoração: 24 de abril.
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