São Fidelis de Sigmaringa

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Santos de julho

Santo do dia 24 de abril
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São Fidelis de Sigmaringa

São Fidelis de Sigmaringa, O. Cap., M.

(† 1622)

S. Fidelis nasceu no ano de 1577 em Sigmaringa, cidade do ducado de Hohenzollern. Filho de João Roy e Genoveva Rosenberg, cedo perdeu os pais. Os belos talentos do menino levaram o tutor a mandá-lo a Friburgo, em Brisgau, onde fez todos os estudos e recebeu o grau de doutor em filosofia e Direito Canônico.

Desde pequeno Fidelis era muito piedoso e inclinado à vida austera, tanto que se abstinha do vinho e usava constantemente o cilício. Os modos afáveis, como a modéstia, ganharam-lhe a simpatia de todos os companheiros. Em 1604, a título de viagem de estudo, ele e mais três fidalgos percorreram diversos países da Europa, sendo Fidelis o verdadeiro anjo da guarda dos companheiros. Dava-lhes o exemplo mais perfeito de piedade. Nos domingos e dias santos recebia a Santa Comunhão. Havendo numa cidade um hospital, não deixava de o visitar em primeiro lugar.

Terminada a viagem, estabeleceu-se, como advogado, na cidade de Colmar. Tinha a firme vontade de cumprir rigorosamente com o seu dever. Justiça e religião formavam-lhe a regra indeclinável do proceder. Interesse particular votava aos desprotegidos, e em breve era conhecido como advogado dos pobres.

Poucos anos durou a atividade como advogado. Injustiças que não lhe era possível delas se esquivar, fizeram com que se enfadasse da profissão e se resolvesse a tomar o hábito de S. Francisco. Incorporou sua biblioteca à do seminário episcopal, e os bens distribuiu os entre os pobres.

Como religioso dobrou de zelo e, embora tarde tivesse abraçado o estado religioso, em breve se tornou para todos os noviços um modelo de humildade, de obediência e nas demais virtudes monásticas.

A vontade dos superiores era a sua, e as tentações galhardamente as vencia, revelando-as humildemente ao seu diretor espiritual. Além das penitências e jejuns regulamentares, fazia outros por iniciativa própria, principalmente nas vigílias das festas eclesiásticas. Sempre recolhido, achava na oração um meio poderoso contra o perigo que há na tibieza. Tendo terminado o curso de teologia, os superiores confiaram-lhe as difíceis missões de pregador e confessor.

Nomeado superior do convento em Feldkirch, conseguiu a conversão de muitos calvinistas à Igreja Católica, Quando no acampamento militar apareceu uma epidemia, S. Fidelis tornou-se o Anjo da caridade dos pobres doentes, que recebiam suas visitas diárias. Como superior, usava de máximo rigor para si, lia muitas vezes a santa regra e pedia a Deus que não permitisse que um dia fosse pedra de escândalo para os súditos. Com caridade e mansidão repreendia as faltas dos outros, sendo, porém, inexorável quanto à disciplina monástica.

Conhecendo o zelo apostólico de Fidélis, a Propaganda da Fé enviou-o como missionário, ao Graubuenden (Suíça), para trabalhar na conversão dos calvinistas. Com oito companheiros dirigiu-se Fidélis ao novo campo de ação. Estes trabalhos foram coroados de êxito. Muitos calvinistas, entre os quais pessoas de alta colocação, voltaram à fé católica, o que provocou o descontentamento e o ódio de outros sectários. Estes conjuraram contra o santo homem, e resolveram matá-lo. Fidelis soube da trama, que contra ele se armava: preparou-se para a morte, não interrompendo, entretanto, os trabalhos apostólicos. Predisse sua morte a muitos amigos e daquele tempo em diante, terminava as cartas com estas palavras: "Frei Fidelis, que em breve será pasto dos vermes".

Aos católicos animou à constância na fé. No caminho de Gurk a Sevis foi alvejado pelo fuzil de um calvinista. Os católicos pediram-lhe que se retirasse, para salvar a vida. Fidelis, porém, nenhuma precaução tomou, dizendo-se pronto para sacrificar a vida pela religião. Voltando para Gurk, caiu na emboscada de soldados calvinistas que, chefiados por um pregador da seita, quiseram-no obrigar a abjurar a religião. Fidelis, porém, cheio de indignação, rejeitou esta vil pretensão e disse: "Não vim para aceitar os vossos erros. A fé católica é a religião de todos e no mais não temo a morte". Em seguida um dos soldados o feriu na cabeça com a espada, prostrando-o por terra, Fidelis levantou-se e orou pelos inimigos. Quando disse as palavras: "Santa Maria, Mãe de Jesus, valei-me", os soldados mataram-no a lançadas e cortaram-lhe o pé esquerdo. Um dos pregadores calvinistas tão impressionado ficou com a morte de Fidelis, que nela viu a prova mais cabal da verdade da Igreja Católica. Renunciou ao erro e se converteu.

O corpo de Fidelis foi sepultado, com todas as honras, na igreja dos capuchinhos em Feldkirch. Glorioso foi-lhe o túmulo e muitos milagres testificaram a santidade do mártir, cujo nome foi por Bento XIV inscrito no catálogo dos Santos.

Reflexões

S. Fidelis reconheceu no seu nome um aviso do céu, para ser fiel até a morte. "Sê fiel até a morte e dar-te-ei a coroa da vida". Fidelis ficou fiel a Deus, na prática do bem, até a morte. Muitas coisas prometemos a Deus no dia de nosso batismo e de nossa primeira comunhão; muito lhe prometemos nas nossas confissões, em dias de provação e de sofrimento. Cumprimos o que prometemos? Fomos fiéis à nossa palavra? — Merece desprezo a pessoa que não tem palavra. Que conceito não deve Deus fazer de nós, vendo-nos faltar à palavra tantas e tantas vezes? Humilhemo-nos diante de Deus; peçamos-lhe perdão e sejamos mais sinceros para o futuro. "Para que o cristão se salve", diz S. Bernardo, é preciso que cumpra o que prometeu".

Santos, cuja memória é celebrada hoje

Em Roma a memória do glorioso mártir S. Sebastião, militar de alta patente. Acusado de ter visitado os cristãos nos cárceres, confessou francamente a religião cristã como a sua. Depois de ser exposto a muitos tormentos, foi morto a espada junto com setenta homens. 270.

Em Lion, sofreram o martírio pela fé, Santo Alexandre e mais trinta e quatro companheiros, na perseguição de Antônio Vero. 178.

Em Elvira, na Espanha, o bispo S. Gregório, forte defensor da Igreja contra os Arianos. 4º séc.

Em Reims, na França, as Santas Virgens Bona e Doda, 7º séc.

Referência: Na luz Perpétua, 5ª. ed., Pe. João Batista Lehmann, Editora Lar Católico – Juiz de Fora – Minas Gerais, 1959.

Comemoração: 24 de abril.

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