Quão útil é meditar na Paixão de Jesus Cristo
Recogitate eum qui talem sustinuit a peccatoribus adversus semetipsum contradictionem, ut ne fatigemini, animis vestris deficientes – “Não deixeis de pensar naquele que dos pecadores suportou contra si uma tal contradição; para que não vos fatigueis, desfalecendo em vossos ânimos” (Hb 12, 3)
Sumário. Não há meio mais eficaz para alcançar a salvação eterna do que a lembrança quotidiana dos sofrimentos de Jesus Cristo: tem mais valor uma lágrima derramada pela recordação da Paixão do Senhor, do que um ano de jejum a pão e água. Foi nesta meditação que os santos acharam coragem e força para suportar as tribulações, os tormentos e a morte. Se queremos progredir na virtude, lancemos cada dia ao menos um olhar sobre a Paixão do Redentor, contemplando especialmente a pobreza, os desprezos e as dores.
I. Diz Santo Agostinho: “Não há coisa mais apropriada para nos fazer adquirir a salvação eterna do que a lembrança quotidiana dos sofrimentos de Jesus Cristo.” Ao que São Boaventura acrescenta: “Quem quiser crescer sempre em virtude e em graça, deve meditar todos os dias na Paixão de Jesus, porque não há exercício mais útil para santificar uma alma do que a consideração frequente das penas do Salvador.”
Com efeito, onde é que os santos acharam a coragem e a força para sofrer as tribulações, os tormentos, os martírios e a morte, senão nos sofrimentos de Jesus Cristo? São José de Leonissa, vendo que o queriam ligar com cordas para uma operação dolorosa que o cirurgião lhe queria fazer, tomou em suas mãos o crucifixo e disse: “Que cordas, cordas? Eis aqui as minhas cordas; meu Senhor pregado na cruz por meu amor. É Ele quem, pelas suas dores, me liga e me constrange a suportar todas as dores por seu amor. E assim sofreu a operação sem se queixar, contemplando a Jesus, que não abriu a boca qual cordeiro que cala debaixo da mão que o tosquia” (1).
Quem poderá ainda dizer que sofre injustamente quando olha para Jesus ferido pelas nossas iniquidades e dilacerado pelos nossos pecados? (2) Quem poderá ainda escusar-se de obedecer por causa de qualquer incômodo, havendo-se Jesus feito obediente até à morte e até à morte de crus? (3) Quem ousará subtrair-se às ignomínias, vendo Jesus tratado como louco, como um rei de teatro, como um malfeitor; esbofeteado, coberto de escarros e preso a um patíbulo infame? Finalmente, quem poderá amar senão a Jesus, vendo-O morrer no meio de tão grandes dores e desprezos, afim de cativar o nosso amor? Conclui Santo Agostinho que vale mais uma só lágrima vertida na consideração da Paixão de Jesus, que uma peregrinação a Jerusalém e um ano de jejum a pão e água.
II. Com razão o Ven. Padre Baltazar Alvares afirmava que a ignorância dos tesouros que temos em Jesus é a causa da ruína dos cristãos. Pelo que o assunto predileto e mais frequente de suas meditações era a Paixão de Jesus Cristo, considerando em Jesus especialmente três sofrimentos: a pobreza, o desprezo e a dor. Exortava seus penitentes a que fizessem o mesmo, dizendo que não pensassem haver feito progresso algum enquanto não chegassem a trazer Jesus crucificado sempre gravado no coração.
Eis aqui, meu irmão, o que tu também deves fazer se desejas ser santo, como aliás tens obrigação de ser. Lança todos os dias um olhar sobre a Paixão do Redentor, meditando de preferência no que dizem os santos Evangelhos. – São muito edificantes e bonitas as meditações sobre a paixão, escritas por devotos autores; mas um cristão levará impressão mais profunda de uma só palavra das sagradas Escrituras do que mil contemplações e revelações atribuídas a certas pessoas devotas; porquanto as Escrituras são a própria palavra de Deus e nos dão a garantia de que tudo que referem tem a certeza da fé divina.
E como quem é devoto do filho não pode deixar de ser devoto igualmente da mãe; não nos esqueçamos, em nossas meditações sobre a Paixão de Jesus Cristo, de contemplar também as dores de Maria Santíssima. Pede a esta boa Mãe que te dê uma parte da compaixão que tanto a afligiu na morte de Jesus e constituiu todo o martírio de seu amantíssimo Coração.
Referências:
(1) Is 53, 7 (2) Is 53, 5 (3) Fl 53, 5
(LIGÓRIO, Afonso Maria de. Meditações: Para todos os Dias e Festas do Ano: Tomo II: Desde o Domingo da Páscoa até a Undécima Semana depois de Pentecostes inclusive. Friburgo: Herder & Cia, 1921, p. 191-193)
Produtos recomendados:
-
A eficácia maravilhosa do…
Lendo este livro você encontrará preciosos conselhos de São Luís Maria Grignion De Montfort, considerado um dos maiores apóstolos da…
Lendo este livro você encontrará preciosos conselhos de São Luís…
R$ 20,0018,00 - Vestido midi infantil… Vestido infantil midi modelo evasê com babado, confeccionado em crepe seda, cor rosa chiclete, com estampa floral delicada, com babado,… Vestido infantil midi modelo evasê com babado, confeccionado em… R$ 79,00
- Saia midi evasê açaí Saia modesta midi evasê em tecido suplex, cor açaí, vinho escuro. Possui elasticidade e está disponível nos tamanhos M, G e… Saia modesta midi evasê em tecido suplex, cor açaí, vinho escuro.… R$ 65,00
Compartilhe esta meditação: