Meditação de 12 de setembro

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Festa do Santíssimo Nome de Maria

Festa do Santíssimo Nome de Maria

Et Nomen Virginis Maria — “E o Nome da Virgem era Maria” (Lc 1, 27)

Sumário. O santíssimo Nome de Maria é, depois do de Jesus, superior a todo outro nome, e, assim como o de Jesus, é para nós um nome de salvação, esperança e amor. Procuremos, portanto, tê-lo sempre no coração e nos lábios: em todos os perigos, em todas as angústias, em todas as dúvidas invoquemo-lo sempre juntamente com o do seu divino Filho, dizendo: Jesus e Maria, salvai-me! Lembremo-nos, porém, que para experimentarmos todos os efeitos do nome de Maria, é preciso que imitemos as virtudes daquela que o possui.

I. O santíssimo Nome de Maria não foi achado na terra, mas desceu do céu e foi imposto à divina Mãe por ordem expressa de Deus, como atestam São Jerônimo, Santo Epifânio e outros. É, pois, este nome, depois do de Jesus, superior a qualquer outro nome, e, assim como o de Jesus, é para todos nós um nome da salvação, de esperança, de amor.

É um nome de salvação; porque, conforme a revelação feita pela Bem-aventurada Virgem mesma a Santa Brígida, quando o invocamos devotamente, afastam-se os demônios, e mais se chegam a nós os anjos bons para nos defender contra os assaltos do inferno. E, falando em particular das tentações contra a pureza, é geralmente sabido que este nome poderoso dá grande força para as vencer, de modo que São Pedro Crisólogo não hesita em dizer que o nome de Maria é indício de castidade: Nomen hoc indicium castitatis. Quem, na dúvida de ter consentido nas tentações, se lembra de ter invocado o nome de Maria, tem um sinal certo de que não ofendeu a castidade.

O nome de Maria é um nome de esperança, pois, como diz São Boaventura, este nome está tão cheio de graças, que não pode ser proferido sem comunicar alguma graça a quem devotamente o invoca. Pelo que diz Pelbarto que, assim como Jesus com as suas cinco chagas deu ao mundo o remédio para os seus males, também Maria com o seu santíssimo nome, que é composto de cinco letras, alcança todos os dias os bens celestes para os homens.

Finalmente, o nome de Maria é um nome de amor, porque encerra um certo quê de admirável, de suave, de divino. Santo Antônio de Pádua experimentava neste nome a mesma doçura que São Bernardo experimentava no nome de Jesus, e dizia:

“O nome desta Virgem-Mãe é alegria no coração, mel na boca, melodia no ouvido dos seus devotos”

O grande nome de Maria contém uma virtude tão admirável, que, ainda que os seus devotos o ouçam mil vezes, sempre lhes parece novo, e lhes faz experimentar a mesma doçura. Por isso exclamava o Bem-aventurado Henrique Suso:

“Ó Nome suavíssimo! Ó Maria! Qual sereis vós mesma, se o vosso só nome é tão amável e gracioso?”

II. Meu irmão, valhamo-nos sempre do excelente conselho que São Bernardo nos dá. Em todos os perigos de perder a graça divina, em todas as angústias, em todas as dúvidas, pensemos em Maria, e invoquemos o seu nome juntamente com o nome de Jesus, porque andam sempre juntos estes dois nomes (1). Não se apartem nunca estes dois dulcíssimos e poderosíssimos nomes, nem do nosso coração, nem da nossa boca. Com eles chegaremos seguros ao porto da eterna salvação. Mas lembremo-nos que, para obter o socorro deste grande Nome de Maria, é necessário que imitemos os exemplos de suas virtudes: Et ut impetres eius orationis suffragium, non deseras con- versationis exemplum.

“Ó Mãe do Perpétuo Socorro, concedei-me a graça de invocar sempre o vosso poderosíssimo Nome; pois é ele o nosso auxílio na vida e a nossa salvação na morte. Ó Maria, puríssima e dulcíssima Virgem, fazei que o vosso Nome seja daqui em diante o alento da minha alma. Apressai-vos, ó Rainha, em socorrer-me sempre que vos invocar, pois, em todas as tentações que me assaltarem, em todas as necessidades que me oprimirem, jamais deixarei de chamar por vós, dizendo e repetindo: Maria! Maria! Que consolação, que doçura, que confiança, que ternura não sente a minha alma, somente com invocar-vos e até somente pensando em vós! Dou graças ao Senhor que, para o meu bem, vos deu esse nome tão suave, tão amável e tão poderoso. Não me basta, porém, só pronunciar o vosso Nome; quero pronunciá-Lo com amor, pois é o amor que me lembrará de vos invocar com o título de Mãe do Perpétuo Socorro” (2).

“Ó Deus onipotente, concedei-me propício que, assim como me alegro sob o Nome e a proteção da Santíssima Virgem Maria, mereça pela sua intercessão ser livre na terra de todos os males, e depois ser digno de possuir no céu os gozos eternos” (3).

Referências: (1) Indulgência de 25 dias cada vez que se invoca o Nome de Jesus, e outros tantos pelo Nome de Maria. (2) Indulgência de 100 dias. (3) Or. festi.

(LIGÓRIO, Afonso Maria de. Meditações: Para todos os Dias e Festas do Ano: Tomo III: Desde a Duodécima semana depois de Pentecostes até ao fim do ano Eclesiástico. Friburgo: Herder & Cia, 1921, p. 357-360)

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Coração aflito de Jesus, consolado pelo zelo das almas

Coração aflito de Jesus, consolado pelo zelo das almas

Dominus Deus consolabitur in servis suis – “O Senhor Deus será consolado em seus servos” (2 Mc 7, 6)

Sumário. A causa única da aflição do Coração de Jesus é a perdição das almas que o ultrajam em vez de o amar: por conseguinte, a consolação que Ele requer, é que procuremos ganhar-Lhe as almas. Esforcemo-nos, pois, por consolar este Coração amabilíssimo; e se mais não pudermos fazer, roguemos-Lhe que envie à sua Igreja ministros zelosos. Roguemos-Lhe muitas vezes pelos pobres pecadores, em particular pelos que estão em agonia e têm de morrer hoje. Ensinemos tão salutar devoção também aos outros.

I. Feliz o cristão que, compadecendo-se das penas de Jesus, procura também aliviá-las. A causa única das aflições deste Coração amabilíssimo é a ingratidão dos homens e a perdição das almas que o ultrajam em vez de O amar; por conseguinte, a consolação que Ele requer, é que procuremos ganhar-Lhe as almas. É a perdição delas que Lhe arrancou tantas lágrimas; é para resgatá-las, que deu seu sangue. Aquele que salva uma alma, enxuga de alguma sorte as lágrimas de Jesus e impede que seu sangue seja derramado em pura perda.

Nem se diga que isso é o ofício somente dos sacerdotes; porquanto quem fala assim prova que bem pouco amor tem a Deus. Si Deum amatis, rapite omnes ad amorem Dei. Se amas a Deus, dizia Santo Agostinho, atraí todos ao amor de Deus. E Jesus mesmo, aparecendo à Venerável Soror Serafina Capri, lhe disse:

“Ajuda-me, por tuas orações, a salvar as almas, ó minha filha.”

– Persuadamo-nos de que todos os discípulos do Coração de Jesus devem zelar pela sua honra, e os que não o fazem deverão um dia, como dizia Santa Maria Madalena de Pazzi, dar conta a Deus de tantas almas, que talvez não se houvessem condenado, se as tivessem recomendado a Deus em suas orações.

Portanto, na oração mental, na ação de graças depois da comunhão, na visita ao Santíssimo Sacramento, não deixemos nunca de recomendar a Deus os pobres pecadores, os infiéis, os hereges e todos os que vivem longe de Deus. Oh! Quantas almas devem sua conversão menos aos sermões dos pregadores do que às orações das almas fervorosas! – Considerando que pelos sacerdotes vem ao povo a salvação ou a perdição, a bênção ou a maldição, roguemos ao mesmo tempo e com insistência a Deus, que envie à sua Igreja ministros santos que, com verdadeiro zelo, atendam à salvação das almas.

II. O zelo pela salvação do próximo deve também estimular-nos a abraçar a devoção ao Coração agonizante de Jesus. Ela tem por objeto, primeiro honrar o Sagrado Coração, que durante toda a sua vida sofreu grandes penas interiores pela salvação das almas; em segundo lugar, obter pelos merecimentos daquela longa agonia, uma boa morte para tantos milhares de pessoas que todos os dias morrem no mundo inteiro.

Ai! Quantas dentre elas não se acham em pecado mortal! Para não descerem ao inferno, precisam tão somente de uma confissão bem feita ou de um ato de contrição perfeita. Pede, pois, ao Coração agonizante de Jesus que lhes conceda uma destas duas graças, e pede-a sem demora, cada dia, porque amanhã será talvez tarde e não o poderás mais fazer a tempo. – se com esta prática salutar conseguires cada dia a salvação de uma só alma, no fim do ano já terás salvado 365 almas e em dez anos 3650. Que belo apostolado! Que coroa de glória para a eternidade!

Não te contentes de praticar tão bela devoção só por ti; mas espalha-a em tua família, na tua comunidade, entre teus amigos. Com isso consolarás grandemente o Coração aflito de Jesus, atrairás sobre ti as suas bênçãos especialíssimas e virá o dia em que também se rezará por ti, quando tiveres entrado em agonia. Oh, que consolo nesses últimos, terríveis e decisivos combates!

† “Ó clementíssimo Jesus, que ardeis em tão abrasado amor das almas, suplico-Vos, pela agonia do vosso sacramentíssimo Coração, e pelas dores da vossa Mãe Imaculada, purificai em vosso sangue todos os pecadores da terra que estão em agonia e hoje mesmo devem morrer. Assim seja. Coração agonizante de Jesus, tende compaixão dos moribundos.” (1)

Referências:

(1) Indul. de 100 dias cada vez; plenária (nas condições ordinárias), uma vez por mês, para os que, durante um mês rezarem esta oração ao menos três vezes por dia, em diferentes intervalos.

(LIGÓRIO, Afonso Maria de. Meditações: Para todos os Dias e Festas do Ano: Tomo III: Desde a Décima Segunda Semana depois de Pentecostes até o fim do ano eclesiástico. Friburgo: Herder & Cia, 1922, p. 53-56)

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